sábado, 14 de março de 2009

O Estudo de Dr. Raine


Usando o PET, o pesquisador médico americano Adrian Raine e colegas estudaram assassinos, com resultados surpreendentes. Descobriram que 41 assassinos tinham um nível muito diminuído do funcionamento cerebral no córtex pré-frontal em relação às pessoas normais, indicando um défice relacionado à violência. Ou seja, mesmo quando nenhuma alteração patológica visível era apresentada, o dano frontal era aparente, através de uma actividade anormalmente baixa do cérebro naquela área. "O estrago nesta região cerebral", reparou Raine, "pode resultar em impulsividade, perda do auto-controlo, imaturidade, emocionalidade alterada, e incapacidade para modificar o comportamento, o que pode levar a actos agressivos". Outras anormalidades observadas pelo estudo de PET do cérebro de assassinos incluiu um metabolismo neural reduzido no giro parietal superior, giro angular esquerdo, corpo caloso, e assimetrias anormais de actividade na amígdala, tálamo, e lobo temporal medial. É provável que estes efeitos estejam relaccionados à violência e criminalidade, pois algumas destas estruturas fazem parte do chamado sistema límbico, que processa emoções e comportamento emocional.


Um aspecto interessante da pesquisa de Dr. Raine é que ele co-relacionou as imagens cerebrais de PET à história pessoal do assassino, para verificar se eles tinham sido submetidos a algum trauma psíquico, abuso físico ou sexual, abandono e pobreza, enquanto crianças (um ambiente privado ao desenvolvimento da personalidade). Entre os assassinos, 12 tinham sofrido abuso significativo ou reprovação (recebido maus tratos). Foi descoberto que assassinos vindos de lares privados tinham défices muito maiores na área órbito-frontal do cérebro (14 % em média) do que pessoas normais e assassinos vindos de ambientes não privados.

Imagens de Violência


Imagens funcionais do cérebro, tais como aquelas produzidas por PET (positron emission tomography) têm sido usadas para observar a existência de défices neurológicos no lobo frontal em psicopatas. O PET obtém secções transversais do cérebro reconstruídas por computador, mostrando em cores vívas o nível da actividade metabólica dos neurónios. Isto é, injectando-se moléculas de glicose marcadas radioactivamente no sangue de pacientes consegue-se observar a actividade cerebral (células cerebrais vivas). Quanto mais activas são as células (quando estão a processar informação, por exemplo), mais intensa é a imagem naquele ponto.

A Hipótese do Cérebro Frontal

Como os indivíduos psicopatas têm alterações marcantes em relação aos outros seres humanos, é natural que se devesse investigar primeiro se a parte do cérebro que é responsável por este tipo de comportamento também teria alguma anormalidade significativa. Muitos comportamentos associados às relações sociais são controlados pela parte do cérebro chamada lobo frontal, que está localizado na parte mais anterior dos hemisférios cerebrais. Todos os primatas sociais desenvolveram bastante o cérebro frontal, e a espécie humana tem o maior desenvolvimento de todos. Auto-controle, planeamento, julgamento, o equilíbrio das necessidades do indivíduo versus a necessidade social, e muitas outras funções essenciais subjacente ao intercurso social efectivo são mediadas pelas estruturas frontais do cérebro.

Assassino em Série ou "Serial Killer"


Um assassino em série (também conhecido pelo termo inglês por serial killer) é um tipo de criminoso de perfil psicopatológico que comete crimes com uma certa frequência e padrão, geralmente seguindo um certo modus operandi*(2), deixando também frequentemente um tipo de assinatura ou algo que o identifique, pois têm uma necessidade de reconhecimento e busca por poder.
Geralmente os que são capturados apresentam uma aparência limpa e cuidada, são de alguma forma atraentes, bem sucedidos, e apresentam-se como membros activos na comunidade. Certos comportamentos característicos podem ser identificados na infância, estes comportamentos dão pelo nome de “Tríade MacDonald”*(2): xixi na cama, causam incêndios, e apresentam comportamentos cruéis para com outros seres vivos, na maior parte das vezes animais.
*(1) – modus operandi – é uma expressão em latim que significa “modo de operação”. É alguém ou algo que realiza tudo da mesma forma, ou seja tem aquela maneira particular de realizar todo o tipo de trabalhos, logo é uma possível identificação.
*(2) – Tríade MacDonald – Também conhecida como a tríade dos sociopatas* é um conjunto de três comportamentos que estão directamente associados a comportamentos de um sociopata. Esta tríade foi primeiro identificada e estudada pelo senhor J.M. MacDonald, que escrevia para o “American Journal of Phsychiatry”.
Diferentes tipos:
Existem dois tipos de serial killers, os de tipo organizado, sujeitos de aparência normal, exibem inteligência e grau de inserção na comunidade normal, podendo ser mais ou menos sociáveis, os deste tipo são os que dificultam mais a captura, pois são bastante racionais e cuidadosos, são pouco impulsivos estudando tudo ao pormenor, deixando poucas provas para trás.
Os do tipo desorganizado, são bastante mais impulsivos, geralmente não planeiam os seus actos, improvisam cada passo, deixando consequentemente muitas provas para trás.

Origem da palavra "Assassino"


Um fanático muçulmano do Século XI conhecido como ”o Velho da Montanha”, comandava na Síria um pequeno exército que utilizava para cruéis vinganças políticas e para constantes ataques aos povos da região.
Para estimular ainda mais a crueldade dos seus guerreiros, obrigava-os a consumir drogas entre as quais haxixe antes dos ataques, daí os intitular de hashashin, que em árabe significa “consumidores de haxixe”, mais tarde iria ser usada também para designar aqueles que matam.

Mais tarde através de várias evoluções a nível semântico chegou à palavra que hoje conheçemos, assassino.